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O mercado fitness no Brasil tem evoluído de maneira dinâmica nos últimos anos, e um dos segmentos mais impactados por essa transformação são as academias de baixo custo, ou low-cost.
Com o aumento do número de praticantes e a crescente demanda por serviços acessíveis, essas academias tornaram-se uma escolha popular entre brasileiros que buscam qualidade e economia. No entanto, com o aumento dos custos operacionais e a demanda por serviços personalizados, o modelo de negócio dessas academias está enfrentando novos desafios.
Este artigo explora as principais tendências que estão moldando o futuro das academias low-cost no Brasil e como o setor está se adaptando para manter-se competitivo.
O mercado brasileiro de academias é um dos maiores do mundo, e o conceito de academias low-cost começou a ganhar força no início dos anos 2010. Essas academias focavam na simplicidade de serviços, com mensalidades acessíveis e uma estrutura enxuta. Equipamentos modernos, sem luxos desnecessários, e a ausência de instrutores pessoais ou aulas inclusas no pacote básico eram características comuns, permitindo que essas academias oferecessem preços competitivos.
Com o tempo, o perfil do consumidor começou a mudar, exigindo mais serviços e uma experiência mais completa. Esse movimento gerou a necessidade de evolução no modelo de negócios, com academias low-cost buscando integrar novos serviços, como programas de treino digital e personalização dos atendimentos, mesmo que a preços adicionais.
A ascensão das academias low-cost no Brasil foi impulsionada por diversos fatores. Primeiramente, o crescimento da consciência sobre a importância de um estilo de vida saudável ampliou o número de praticantes de atividades físicas. Segundo o Panorama Setorial Fitness Brasil de 2024, o país registrou o seguinte número de centros de atividade física TOTAIS ativos no Brasil:
O diferencial competitivo das academias low-cost, dentro do total de academias acima, é o preço acessível, muitas vezes abaixo de R$ 100,00 por mês, atraindo clientes que anteriormente não podiam arcar com mensalidades de academias tradicionais. A crise econômica que impactou o Brasil também contribuiu para o sucesso dessas academias, pois consumidores passaram a priorizar gastos mais controlados.
Contudo, o modelo low-cost teve que se adaptar para continuar a crescer, especialmente com a pressão por inclusão de novos serviços, como aulas coletivas e opções de personalização, mantendo-se atrativo para o público.
A localização das academias low-cost desempenha um papel fundamental no sucesso do negócio. Regiões mais populosas e centros urbanos densamente povoados, como São Paulo e Rio de Janeiro, concentram a maior parte dessas academias.
De acordo com dados do CONFEF (Conselho Federal de Educação Física), São Paulo lidera o país com mais de 189 mil profissionais de educação física registrados, seguido pelo Rio de Janeiro com cerca de 65 mil.
Além disso, o aumento da urbanização e a concentração de academias nas grandes capitais tornam a demografia um fator crucial para estratégias de preços e segmentação de público. Em cidades menores, as academias precisam ajustar seus preços e ofertas para atrair uma base de clientes localmente diversa e, muitas vezes, com menor poder aquisitivo.
A demanda por academias em áreas mais periféricas também está crescendo, à medida que os moradores dessas regiões buscam conveniência e preços mais acessíveis, criando novas oportunidades de expansão para as redes de academias low-cost.
Embora o modelo de negócios das academias low-cost seja baseado em eficiência de custos, o setor tem enfrentado desafios com o aumento das despesas operacionais. Entre os principais fatores estão o aumento no preço da energia elétrica, dos salários e dos custos com manutenção de equipamentos. Segundo o Panorama Setorial Fitness Brasil, o número de CNPJs ativos de academias no Brasil triplicou na última década, chegando a 56.833 em 2024. Porém, o aumento expressivo de novos negócios veio acompanhado de despesas crescentes.
Além disso, a inflação e a crise energética afetaram diretamente o preço das mensalidades, que precisaram ser reajustadas para manter a operação sustentável.
No entanto, as academias low-cost precisam equilibrar esses reajustes com a sensibilidade de seus clientes ao preço. Um aumento elevado pode resultar em perda de público para academias concorrentes que oferecem uma proposta de valor mais robusta, ou até mesmo para outros formatos de treino, como atividades ao ar livre.
A personalização no treinamento está rapidamente se tornando uma demanda comum no mercado fitness, e as academias low-cost não podem ignorar essa tendência. Com o avanço das tecnologias de monitoramento e dos aplicativos de treino, os consumidores estão cada vez mais interessados em planos de treino adaptados às suas necessidades individuais.
As academias que investem em tecnologia para integrar essas soluções podem se diferenciar, oferecendo não apenas preços acessíveis, mas também uma experiência de valor agregado aos seus clientes.
O uso de aplicativos de gestão de treinos, como o WellHub, que conecta os membros a plataformas digitais de bem-estar, é uma inovação que muitas academias low-cost já estão adotando. Além disso, o treinamento online e as aulas virtuais são outras ofertas que podem ampliar a retenção de clientes, permitindo que eles treinem em qualquer lugar.
O aumento da conscientização sobre a importância de manter uma vida ativa e saudável está diretamente ligado ao crescimento do mercado de academias no Brasil. Dados do setor mostram que 95% dos brasileiros que frequentam academias o fazem buscando melhorar a saúde física e mental, especialmente após o impacto da pandemia de COVID-19.
A tendência é que essa busca por um estilo de vida saudável continue a impulsionar a demanda por academias, desde que elas consigam oferecer ambientes acolhedores e focados em resultados, além de suporte personalizado para cada tipo de praticante. O investimento em profissionais capacitados e tecnologias que monitorem o progresso dos alunos pode ser um fator decisivo para manter os clientes engajados e aumentar o tempo de permanência nas academias.
As academias low-cost no Brasil passaram por uma transformação significativa nos últimos anos. O aumento de custos e a mudança nas expectativas dos consumidores exigiram uma adaptação do modelo de negócios para manter a competitividade. Personalização, tecnologia e o foco em bem-estar são tendências que não podem ser ignoradas.
Para sobreviver e prosperar, as academias de baixo custo precisarão continuar inovando, equilibrando a oferta de serviços com a manutenção de preços acessíveis.
Assim, poderão conquistar novos públicos e se posicionar de forma sólida no crescente mercado fitness brasileiro.